Os estudantes de Enfermagem e Medicina ponderam, como muitos outros colegas das mais variadas áreas cientificas, emigrar em busca de melhores condições de trabalho e na procura de locais que lhes tragam melhores expectativas para os seus futuros. No caso particular dos médicos, enfermeiros e até pessoal auxiliar, a situação é mais grave porque cuidam e tratam seres humanos. No âmbito da Saúde, no que respeita aos recursos humanos e ao capital humano acumulado, parece não serem suficientes estes atributos para os fixar em Portugal, que os forma com os recursos financeiros e logísticos suportados pelos contribuintes. Faltam profissionais de distintas especialidades nas Urgências, de norte a sul do país, e os hospitais não conseguem completar as escalas de serviço. Férias, baixas por doença ou dificuldades em atrair e reter médicos, enfermeiros, assistentes e outros profissionais, estão a agudizar uma situação que, não sendo de agora, tem coloca os portugueses debaixo de uma forte e continua preocupação. Sendo um tema transversal à sociedade, de que forma veem os estudantes este panorama? Onde estão as medidas urgentes e estruturais? Onde estão as respostar conjunturais? Que alterações são necessárias fazer para evitar o êxodo dos estudantes formados e especializados? Quais as expectativas para o futuro de cada um? Com a coação de uma crise existente no Serviço Nacional de Saúde, é inevitável as pessoas desenvolverem novos hábitos de dispêndios como, e.g., na qualidade de consumidores, trabalhadores, estudantes, cidadãos e membros das famílias que impactam a vida quotidiana, o que faz aumentar de forma crescente o grau de incerteza e ansiedade diário. Nos dias que correm, Portugal confronta-se com momentos de grandes dificuldades que desconhecia, como, e.g., a excessiva dependência económica do turismo, o atraso no processo de transformação digital e a enorme fragilidade presente em determinados sectores. Daí até ao aumento das desigualdades sociais é um andamento que não abranda e, antes, se vai acentuando. Este é o tema geral desta Conferência, juntando a interação dos estudantes sob a forma de debate e não apenas da exposição dos oradores.
Oradores
Álvaro Beleza
Presidente da SEDES (Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Económico e Social); Professor de Medicina Transfusional da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
Miguel Guimarães
Bastonário da Ordem do Médicos; Centro Hospitalar Universitário de S. João (CHUSJ) – Porto